quinta-feira, 17 de junho de 2010

BRASIL x CORÉIA DO NORTE

Burocrata, Brasil flerta com desastre, mas bate a Coreia do Norte

O Brasil é o único que disputou todas as Copas do Mundo e abocanhou cinco títulos, mas nesta terça-feira, em sua estreia na edição da África do Sul, flertou com a maior zebra de sua história. Tudo se resolveu no segundo tempo, após o empate sem gols da primeira etapa. Maicon e Elano fizeram os gols da vitória por 2 a 1 sobre a inexpressiva Coreia do Norte, no Ellis Park, em Johanesburgo. O resultado deixa o time verde-amarelo na liderança do Grupo G (que tem ainda Portugal e Costa do Marfim), mas foi uma atuação mais que apagada, resumida pelo gol no fim de Ji Yun Nam.

A seleção entrou em campo pressionada pela vitória sobre a Coreia do Norte, 105º time do ranking da Fifa. Fechou treinos para esse jogo, mas não mostrou o que tanto escondeu. Até a defesa, porto seguro da equipe, vacilou no final e acabou vazada pelos asiáticos. No intervalo, vaias foram ouvidas entre as buzinadas das vuvuzelas.

O Brasil demorou 55min para superar a defesa formada por Ri Myong Guk, Cha Jong Hyok, Ri Jun Il, Ri Kwang Chon e Ji Yun Nam. Quem são eles? Nem Dunga sabe. Dunga só sabe que a dificuldade da estreia tão falada nos últimos dias se materializou.

A equipe comprometida do treinador gaúcho é também uma equipe burocrática. Não tem a criatividade que os fãs de Paulo Henrique Ganso e Ronaldinho Gaúcho cobraram antes da convocação. Ganso, inclusive, deu as caras ao aparecer no telão em uma propaganda comercial.

Mas o meia real da seleção é Kaká. Ele carrega a camisa 10 e a responsabilidade de armar, de fazer a diferença. Não fez nem um, nem outro. Coube a Robinho assumir tal função. Elano ajudou, como no gol de Maicon. Mas foi muito pouco para o time pentacampeão. Muito pouco para quem busca o hexa.

Muitos apostam que essa será a Copa de Robinho. Desde o primeiro minuto do jogo, ele mostrou que fará de tudo para não decepcionar seus seguidores. O camisa 11 caiu pelos dois lados do campo. Fintou, driblou. Logo de cara, meteu a bola entre as pernas de um coreano. Arriscou de fora da área. Viu que o time estava com dificuldade na armação e recuou ao meio-campo. Até lateral ele cobrou (um na esquerda, outra na direita). Mas foi o único a ser um diferencial.

O esperado frio também deu as caras na estreia brasileira. Os termômetros marcaram 2ºC no primeiro tempo. Mas a baixa temperatura incomodou menos que o futebol do Brasil. É verdade que um placar de 2 a 1 nesta Copa da África do Sul parece alto, mas não é. Talvez até a Coreia do Norte tenha saído de campo satisfeita. Mas o time de Dunga não pode se dar esse luxo.



Fonte: UOL

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