terça-feira, 15 de junho de 2010

Holanda x Dinamarca

Gol contra e reserva ajudam a Holanda a desencantar

Ainda que o forte da seção de esportes do “New York Times” não seja o futebol, o seu título desta segunda sobre a seleção da Holanda é um achado: “Os holandeses parecem ótimos de novo. Ai, não”. O título exprime muito bem a expectativa positiva que volta a cercar esta seleção, como tem ocorrido nas últimas décadas, e o medo que ela volte a frustrar a todos, como também tem acontecido com frequência.

A julgar pela estreia dos “laranjas” na Copa, contra a Dinamarca, o título do jornal americano parece estar certo. A Holanda, de quem se esperava muito, fez uma partida decepcionante, vencendo por 2 a 0 graças a Agger, que resvalou na bola cabeceou contra o próprio gol, e à ótima entrada do atacante Elia na metade do segundo tempo.

Um lance resume bem o que foi o primeiro tempo. Passa dos 30 minutos e a Dinamarca comete mais uma falta no meio de campo. Sneijder ajeita a bola com carinho, como se estivesse na entrada da área. Um solitário jogador dinamarquês resolve formar a barreira. Sneijder toma distância e chuta... em cima da barreira.

Uma partida disputada no meio de campo, com muitas faltas, e pouco talento. Da parte dos dinamarqueses, que chegaram à Copa sob desconfiança, depois de perderem para a África do Sul num amistoso, pode-se dizer que até surpreendeu, conseguindo fazer boas jogadas de contra-ataque com Rommedahl e Bendtner.

O gol contra de Agger, a 1 minuto do segundo tempo, não mudou muito o ritmo sonolento da partida. Só a entrada de Elia, atuando como um ala pela esquerda, deu algum ânimo à Holanda. O atacante do Hamburger SV criou alguma das principais jogadas ofensivas dos “laranjas” no segundo tempo. Aos 40, depois de receber um ótimo passe de Sneidjer, Elia tocou com cuidado na saída do goleiro, a bola bateu na trave e sobrou para Kuyt apenas empurrar para o gol.

Anunciado como desfalque certo, o principal astro da Dinamarca, o atacante Bendtner foi escalado de última hora. Se foi um despiste, destinado a confundir os holandeses, foi muito bem feito. Na véspera da partida, o técnico dinamarquês, Morten Olsen, chegou a dizer: “Do jeito que está agora, ele não poderá jogar”. O atacante do Arsenal fez uma boa jogada no primeiro tempo, deixando Kahlenberg em ótima posição para chutar, e nada mais. Foi substituído aos 15 do segundo tempo.

Já Robben, hoje a maior estrela da Holanda, não foi mesmo escalado. Recuperando-se de uma lesão muscular, o meia-atacante, no entanto, foi relacionado para o banco, entrou em campo na hora do aquecimento e assistiu a partida de uniforme, ao lado dos demais reservas.

Com 83.465 espectadores, o Soccer City apresentava vários espaços vazios. Maioria no estádio, em relação aos dinamarqueses, os holandeses fizeram muita festa antes do jogo começar, mas passaram o jogo tensos, ora em silêncio, ora incentivando a seleção a ir para o ataque.

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